Iniciativas Socioambientais no DF: Protegendo o Meio Ambiente na região de Areal e Arniqueira
Arniqueira e regiões vizinhas estão engajadas em transformar desafios ambientais em crescimento sustentável. Com a ajuda do Instituto Humanos Sem Fronteiras e o Instituto Rodrigo Caprini, estas comunidades promovem a conservação de mananciais e a educação ambiental, buscando proteger a biodiversidade e melhorar a qualidade de vida local. Conheça como essas ações fortalecem a resiliência comunitária diante de mudanças climáticas e outros desafios globais.
Alberto Erich Okada
5/19/20249 min ler
Comunidades da Região Administrativa de Arniqueira se juntam na defesa do meio ambiente
As regiões de Arniqueira, Areal, ADE, Vereda Grande e Vereda da Cruz localizadas na Região Administrativa 33 do Distrito Federal, desempenham um papel crucial na sustentabilidade local devido à sua rica rede de mananciais. Esses recursos hídricos são essenciais não apenas para o fornecimento de água da bacia do Rio Paranoá, mas também para a conservação da biodiversidade e o equilíbrio ecológico dessas áreas. Os Córregos Vereda da Cruz, Vereda Grande e Arniqueira e respectivas nascentes compõe a complexidade geográfica e hidrológica e que contribui para a diversidade de flora e fauna, tornando essas regiões vitais para a preservação ambiental.
Os mananciais dessas regiões são fundamentais para a manutenção da qualidade de vida das comunidades. A água é um recurso indispensável para o consumo humano, à agricultura e outras atividades econômicas. Além disso, a presença de mananciais ajuda a prevenir desastres ambientais, como enchentes e deslizamentos de terra, ao regular o fluxo de água e manter a estabilidade do solo.
Segundo Alberto Erich Okada - Vice-Presidente do IHSF - é preciso promover e implementar ações práticas de conservação ambiental; limpeza e conservação dos córregos e bueiros; adequação do sistema de drenagem; sistema de prevenção a desastres ambientais; educação verde nas escolas e nas comunidades com a escolarização aberta; programas de conscientização da importância de proteção dos recursos naturais; projetos que visam à recuperação de áreas degradadas e o reflorestamento; manejo adequado do lixo, resíduo e rejeito; parcerias para implementar um sistema de reciclagem de resíduos; uma política de ocupação e utilização adequada das águas fluviais; visando à proteção do meio ambiente. Essas iniciativas são essenciais para garantir a sustentabilidade a longo prazo e a resiliência das comunidades locais diante das mudanças climáticas e outros desafios ambientais.
A preservação dos mananciais da região é, portanto, uma prioridade tanto para a sustentabilidade local quanto para a proteção da biodiversidade. A atuação do IHSF reflete um compromisso com a conservação ambiental e a melhoria da qualidade de vida das comunidades, assegurando que esses recursos naturais continuem a beneficiar as gerações futuras.
Estas ações não apenas alinharam-se aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU - Fome Zero e Erradicação da Pobreza (ODS 2) e Vida Terrestre (ODS 15) - mas também reforçaram a integração entre assistência social e educação ambiental. "Ao abordar as causas raízes da pobreza e da degradação ambiental, oferecemos soluções práticas que beneficiam pessoas e planeta", afirma Alberto Erich Okada, Vice-Presidente do IHSF. As iniciativas do Instituto na BatCaverna ressaltam a importância de uma abordagem holística e integrada ao desenvolvimento sustentável, envolvendo a comunidade na proteção de seus recursos naturais e na promoção de um futuro mais sustentável e saudável.
O Instituto Humanos Sem Fronteiras (IHSF) vem intensificando suas iniciativas socioambientais em comunidades carentes, notadamente nas regiões de Arniqueira e Areal no Distrito Federal, que são marcadas por uma complexa rede de mananciais vitais para a sustentabilidade local e o fornecimento de recursos hídricos. Essas áreas, caracterizadas por sua diversidade geográfica e hidrológica, são fundamentais para a conservação da biodiversidade e foram o foco das recentes campanhas do IHSF, incluindo ações específicas na comunidade BatCaverna, localizada a beira de um córrego manancial, em Areal, destacando-se pela sua posição estratégica e vulnerabilidade ambiental.
Trabalho de base nas comunidades que moram na beira dos córregos é fundamental
O Instituto Humanos Sem Fronteiras (IHSF) em parceria com o Instituto Rodrigo Caprini desenvolve importantes campanhas socioambientais nas comunidades de Arniqueira e Areal. Com destaque a comunidade Batcaverna, no Areal, situada às margens do córrego manancial, com uma localização vulnerável repleta de desafios em função de ladeiras íngremes. Para mitigar esses desafios, o IHSF tem implementado uma série de ações que visam à educação ambiental, à limpeza e conservação de áreas verdes, e à promoção de práticas sustentáveis entre os moradores.
Entre as iniciativas, destacam-se os projetos de educação ambiental, que buscam informar e sensibilizar a população sobre a importância da preservação dos recursos naturais.
Em fevereiro de 2024, ambas organizações voltaram à mesma comunidade para destacar a relevância da educação na erradicação da pobreza e no fomento ao desenvolvimento sustentável, distribuindo materiais escolares e incentivando a continuidade da formação educacional.
Em dezembro de 2023, na comunidade BatCaverna, o IHSF em conjunto com o Instituto Rodrigo Caprini promoveram a conscientização sobre manejo adequado do lixo e prevenção da dengue, durante a distribuição de brinquedos no Natal, enfatizando a importância de práticas sustentáveis para a saúde pública e ambiental.
Grupo estuda ampliar as ações sustentáveis para proteção do meio ambiente local, que envolve planejar, desenvolver, controlar e avaliar.
Em ação coordenada pelo IHSF em parceria com o Instituo Rodrigo Caprini, moradores da região administrativa de Arniqueira discutiram os objetivos e propostas de ações de proteção e defesa do meio ambiente na Região, conforme a seguir:
PLANO ECOAÇÃO para RA Administrativa de Arniqueira (Arniqueira, Areal, ADE, Vereda da Cruz e Vereda Grande)
Objetivo 1: Criar sistema que mitiga eventuais danos causados por chuvas:
Problemas Relacionados:
Danos frequentes às vias públicas, como buracos causados por erosão e inundações.
Sistemas de drenagem insuficientes ou obsoletos que falham em manejar eficientemente o escoamento pluvial.
Falta de planejamento adequado para o manejo de águas pluviais em áreas urbanas.
Ações:
Aprimorar o Sistema de Drenagem com aumento da capacidade de drenagem pluvial, com a limpeza regular de bueiros e com a instalação de novos drenos em áreas críticas.
Implementar medidas de controle de erosão, como barreiras e vegetação em encostas, e utilizar pavimentos de qualidade com áreas verdes permeáveis que permitem a infiltração de água pluvial, reduzindo o escoamento superficial.
Estabelecer um programa constante de manutenção e inspeção das vias para reparos rápidos de danos e prevenção de deterioração maior.
Construir canais ou valas para direcionar o fluxo de água pluvial para áreas onde ela possa ser gerenciada de forma segura, como tanques de detenção.
Promover a conscientização comunitária sobre a importância da manutenção dos sistemas de drenagem pluvial.
Integrar a gestão de águas pluviais no planejamento urbano para garantir a resiliência da infraestrutura.
Objetivo 2: Promover a conscientização e educação ambiental na comunidade.
Problemas Relacionados:
Desconhecimento generalizado sobre práticas de sustentabilidade e conservação ambiental.
Currículos escolares que não integram adequadamente a educação ambiental.
Falta de engajamento comunitário ativo na proteção e gestão do meio ambiente.
Ações:
Implementar Programas de educação ambiental nas escolas - Educação Verde, promovendo rodas de conversa, seminários e campanhas educativas sobre práticas sustentáveis de conservação ambiental.
Trabalhar em conjunto com instituições de ensino para integrar a educação ambiental nos currículos escolares, garantindo que os estudantes recebam formação contínua sobre questões ambientais.
Realizar encontros no modelo de escolarização aberta, com a participação de estudantes, professores e a comunidade, para discutir as necessidades locais para sustentabilidade do meio ambiente, com organização e empoderamento comunitário.
Disseminar informações sobre questões ambientais e a legislação vigente nas mídias sociais e outros canais de comunicação.
Veicular campanhas educativas que envolvam práticas de controle da poluição, como não jogar lixo, entulhos e esgoto em áreas públicas e nos córregos, além de ajudar na erradicação de doenças como dengue e leptospirose.
Objetivo 3: Monitorar e proteger os recursos naturais, focando na preservação dos mananciais, no efetivo escoamento das águas em redes fluviais e na prevenção de enchentes com alertas junto à comunidade.
Problemas Relacionados:
Degradação contínua de habitats naturais e perda de biodiversidade que provoca aumento do volume e da velocidade das águas nos córregos.
Falta de dados concretos sobre a qualidade dos recursos naturais, dificultando a gestão eficaz.
Vulnerabilidade a desastres naturais, como enchentes e deslizamentos, sem sistemas de alerta adequados.
Ações
Intensificar o reflorestamento e a recuperação de áreas degradadas em áreas de proteção de mata nativa, utilizando espécies nativas para restaurar a biodiversidade e melhorar a capacidade de retenção de água do solo (diminuir a velocidade dos córregos com plantio de espécies nativas).
Implementar ações de preservação e monitoramento de recursos naturais em parcerias com Institutos de Pesquisa / Universidades, estabelecendo um sistema de monitoramento contínuo para avaliar a qualidade da água, do ar e do solo (encostas).
Uso de tecnologias como drones e sensores remotos para monitorar áreas de difícil acesso e receber dados em tempo real, com sistemas de alerta precoce para enchentes e deslizamentos de terra, integrados com apps de comunicação para alertar a população local rapidamente.
Objetivo 4: Adaptar e mitigar os efeitos das mudanças climáticas na região, por meio de obras de Infraestrutura e serviços.
Problemas Relacionados:
A infraestrutura urbana insuficiente para lidar com eventos climáticos extremos, resultando em inundações e danos frequentes;
A falta de consciência pública sobre os impactos das mudanças climáticas e as medidas necessárias para combatê-las;
A carência de recursos e planejamento adequados para implementar estratégias de adaptação climática, limitando a capacidade da região de responder efetivamente a esses desafios.
Ações
Realizar o manejo das águas visando à sustentabilidade hídrica e a prevenção de enchentes, incluindo a limpeza de lixos / entulhos e manutenção regular de rios e córregos para evitar obstruções,
A criação de zonas de amortecimento ao longo dos cursos d'água para filtrar poluentes e melhorar a qualidade da água,
Implementação de infraestrutura verde, como jardins de chuva e pavimentos permeáveis, que promovem a infiltração de água no solo, reduzindo assim o escoamento superficial e mitigando os riscos de enchentes urbanas.
Suporte técnico especializado para evitar danos ao meio ambiente com a limpeza dos córregos, a exemplo do uso de máquinas e tecnologias adequadas.
Realizar limpeza de bueiros e conservação de encostas e vias públicas, evitando obstrução do fluxo das águas.
Zelar pelo plano de ocupação com uma fiscalização que respeite o cidadão, proteja o meio ambiente e faça cumprir a legislação vigente.
Objetivo 5 - Implementar práticas de desenvolvimento sustentável que respeitem e promovam o equilíbrio ecológico.
Problemas Relacionados:
Práticas agrícolas não sustentáveis que prejudicam o solo e reduzem a produtividade agrícola.
Gestão ineficiente de resíduos sólidos e reciclagem, contribuindo para problemas ambientais e de saúde pública.
Falta de infraestrutura adequada para a coleta e tratamento eficiente de resíduos.
Ações
Intensificar o suporte às práticas de cultivo sustentável entre os agricultores locais, proporcionando treinamentos e recursos que os auxiliem a adotar técnicas de agricultura ecológica (agrofloresta), em parceiria com Institutos e Universidades. Isso inclui a promoção de sistemas de irrigação eficientes, o uso de pesticidas naturais e a rotação de culturas para manter a saúde do solo.
Implementar programas de gestão de resíduos para a coleta de lixo em áreas de risco ambiental, garantindo a remoção segura e eficaz de resíduos que possam contribuir para problemas ambientais, como contaminação do solo e das águas.
Educar e fortalecer a coleta seletiva de lixo nos condomínios e outras comunidades residenciais através de iniciativas de educação ambiental e a instalação de infraestruturas adequadas para a separação e coleta de recicláveis.
Realizar parcerias com associações de catadores de lixo para melhoria da eficiência na gestão de resíduos e apoio socioeconômico a esses trabalhadores, integrando-os de forma digna e sustentável ao sistema de gestão ambiental. Verificação das melhores práticas no entorno.
Identificação de áreas nas comunidades (pontos de coleta) e para armazenamento provisório (armazém), para realização do processo de seleção, separação e condensação de recicláveis, com atenção ao manejo adequado de vidros.
Realizar parceria com a iniciativa privada para compra dos recicláveis em parceria com a associação catadores de lixo.
Objetivo 6: Fomentar a participação comunitária nas decisões e ações relacionadas à política ambiental.
Problemas relacionados:
Baixa participação comunitária nas decisões e ações ambientais.
Falta de canais eficazes para a comunicação e colaboração entre a comunidade e as autoridades ambientais.
Carência de programas de voluntariado que mobilizem a comunidade para ações práticas de conservação e educação ambiental.
Ações
Criar e fortalecer Fóruns Comunitários, organizar reuniões regulares com a comunidade para discutir questões ambientais e coletar feedback.
Criar um programa de voluntariado para envolver a comunidade em atividades de conservação, educação e fiscalização.
Para acelerar a regularização dos condomínios irregulares em Arniqueira, propõe-se uma revisão meticulosa das pendências ambientais existentes, com foco na adoção de práticas sustentáveis e na mitigação de riscos ambientais. Este processo envolverá diagnósticos ambientais detalhados, desenvolvimento de planos de ação específicos para cada localidade, e implementação de medidas de proteção como reflorestamento e sistemas eficientes de tratamento de esgoto. A iniciativa visa não apenas a conformidade legal, mas também a promoção de uma convivência harmoniosa e sustentável entre os desenvolvimentos urbanos e o meio ambiente local, garantindo o engajamento comunitário e a educação ambiental contínua dos residentes.
Uso de Energias Renováveis - Mobilização popular para permitir a compensação na conta de energia elétrica pela Neoenergia - ajustes no marco regulatório que dê amparo ao morador.
Participaram do trabalho os seguintes moradores da região: Alberto Erich Steimber de Pereira Okada, Alfredo Alencastro, Ângela Maria Pereira da Costa, Felipe Aguiar Viana, Elisene Amorim, Lucilene Costa e Silva, Marcos Aurelio de Oliveira Faustino, Palmira Tobio y Portela e Vera Lúcia Alves da Silva.
Segundo Alberto Erich Okada, a ideia é apresentar o Plano formalmente ao COMDEMA da RA de Arniqueira tão logo esteja constituído.